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EDUCAÇÃO BRASILEIRA: O SABOTAR DO INTELECTO

  • Foto do escritor: Gremio  Estudantil
    Gremio Estudantil
  • 2 de ago.
  • 5 min de leitura

André Luís Bezerra Alves

Jackson Cordeiro de Souza

Lucas Matteucci B. Medeiros



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A educação brasileira está em pedaços, com o avançar dos anos é cada vez mais perceptível o declínio no sistema de ensino. As disparidades entre escolas públicas e privadas, a falta de investimento em infraestrutura, a desigualdade no acesso a tecnologia, a baixa valorização dos profissionais da educação e a evasão escolar são apenas alguns dos muitos problemas que necessitam de uma solução.


Para o desenvolvimento do país, é necessário dar a devida atenção aos problemas presentes em nossa educação, pois a mesma causa impactos significativos em nossa vida. Uma educação de qualidade promove a igualdade social, o crescimento econômico e a formação de cidadãos críticos e atuantes.

Algumas medidas já foram tomadas visando a melhoria da educação, seja a reformulação do ensino médio, criação de programas como o ProUni, que oferece bolsas de estudo em instituições privadas, etc.

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Mesmo com a busca por melhorias, o país segue enfrentando dificuldades, e ainda encontra problemas para combater problemas básicos, por exemplo o analfabetismo funcional, no qual alunos saem da escola se m saber interpretar aquilo que está lendo. Outro ponto é a evasão escolar, com uma taxa de 6,9% somente no

ensino médio, muitos alunos estão abandonando as escolas, seja por desinteresse ou até por dificuldades financeiras, que são escanteadas por um sistema que não apresenta oportunidades iguais para todos.

A seguir vamos em busca de tentar entender esses problemas e como podem ser amenizados seus impactos.

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Dermeval Saviani (SAVIANI, 1973, n.p.) defende a necessidade de compreender a educação brasileira a partir de suas estruturas e do sistema que a organiza, com foco na importância da escola como um espaço de acesso ao conhecimento sistematizado.

Em resumo, a educação é essencial para a transformação social e o desenvolvimento do Brasil. Para o país progredir é necessário uma educação como um direito de todos, visando construir um caráter crítico, e formando cidadãos justo e com papel ativo na sociedade.


Uma pesquisa feita pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) identificou que a indisciplina escolar tem sido um dos fatores preponderantes para o problema no desempenho e a qualidade da educação em muitas escolas. O Brasil é o país que lidera o ranking, indicando que no Brasil os professores perdem cerca de 20% do tempo de aula lidando com indisciplina, enquanto a média nos países da OCDE é de 13%. Esta pesquisa nos traz algumas reflexões, a primeira, no Brasil os professores perdem mais tempo resolvendo situações disciplinares envolvendo seus alunos, resultando em um ensino frágil, prejudicando os conhecimentos e habilidades dos alunos, além disso afeta o ambiente escolar, onde a sala de aula vira um centro de desmotivação para todos os envolvidos. Outro ponto é a falta de preparação para com os professores de como lidar com situações de falta de disciplina, onde essa falta de preparo vem cobrando seu valor.


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A política tem grande influência em nosso sistema educacional, desde a década de 1990, a educação passou a atender aos interesses do capital, com a imposição de uma formação dualista: técnica e voltada para os mercados mais pobres e intelectual para as elites. A medida provisória n° 746/2016 é interpretada como um retrocesso que desvaloriza disciplinas formadoras do senso crítico como Filosofia e Sociologia. É possível notar a crescente privatização da educação, impulsionada por grupos empresariais e fundações privadas, que tratam a educação como mercadoria.

Para Floriano José de Azevedo Martins (MARTINS, 2018, n.p.) a educação brasileira tem sido utilizada como instrumento de controle social pelas elites, com forte influência de organismos internacionais e interesses corporativos. Martins continua ao afirmar que a capitalização da educação, evidenciada pela atuação de grupos como Fundação Lemann, Instituto Ayrton Senna, Fundação Itaú e grupo Kroton, demonstra a transformação da educação em setor lucrativo.

A educação brasileira enfrenta um processo de esvaziamento crítico e crescente privatização. A resistência a esse modelo exige mobilização popular e atuação política consciente dos profissionais da educação. É fundamental recuperar o sentido emancipador da educação, conforme defendido por Paulo Freire e reconstruir um projeto educacional comprometido com a justiça social.


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A educação no Brasil sempre foi vista como um grande dilema. Apesar de ser um direito garantido pela constituição, o decorrer da história nos apresentou como é vantajoso uma educação nivelada por baixa, formar cidadãos que não raciocinam, eventualmente não efetua críticas, estabelece um governo sem medo de esconder suas ações atrás dos panos. Ainda existem muitos fatores que atrapalham o desenvolvimento educacional do país. Por isso, a pergunta que fica é: será que ainda tem salvação para a educação brasileira? Essa é uma pergunta complexa, diversos sociólogos lutaram pela melhoria em nosso sistema, Darcy Ribeiro,

Dermeval Saviani, entre outros que apresentaram suas propostas. Então existe sim uma forma de amenizar esta situação, porém depende de vários fatores, como investimento, mudança de mentalidade e mais valorização dos professores.


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Um dos maiores problemas é a desigualdade. Em algumas escolas falta até o básico, como banheiro funcionando, biblioteca e acesso a internet. Isso é uma pequena amostra da mercantilização da educação, onde está cada vez maior a expansão do setor privado na educação, transformando a nossa educação em uma mercadoria, com fins lucrativos, em vez de um direito fundamental. Para a resolução desse problema seria necessário investimentos mais justos e políticas que olhem para quem mais precisa.

Para Freire (FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo. Editora Paz, 1996) a desvalorização dos professores traz grandes impactos na visibilidade do sistema escolar, limitando sua importância e apresentando a escola como um mero espaço de transmissão de conteúdo. Freire também critica a visão da educação como um processo bancário, onde o professor apenas deposita conhecimento nos alunos, sem estimular a reflexão crítica e a autonomia. É necessário a valorização do professor, para a construção de uma escola que dialogue com a realidade social dos alunos e promova a autonomia e a criticidade de todos os envolvidos no processo educativo.

Um outro problema é um sistema de escola conteudista, onde o foco principal é a transmissão de conteúdo pelo professor, com menos ênfase na metodologia de ensino e no aluno como indivíduo. Um modelo que ensina o aluno a memorizar informações para uma prova, e não adquirir conhecimentos e realmente utilizá-los.


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Uma maneira de solucionar está fragilidade, é focar no desenvolvimento de habilidades, promover a interdisciplinaridade e a contextualização do aprendizado. É interessante apresentar tópicos importantes para o dia a dia, educação financeira, educação emocional, tecnologia, meio ambiente, conteúdos mais próximos da nossa realidade, e apresentar metodologias diferentes, um ensino inclusivo que alcance todos os polos, uma educação que dê oportunidades para todos. Portanto, apesar das dificuldades, é possível salvar a educação do Brasil. Mas pra isso acontecer, o governo e a sociedade precisam se unir, dar valor de verdade pra escola e parar de ver educação como gasto, e sim como investimento no futuro. Só assim o Brasil pode crescer de verdade, com igualdade e oportunidade pra todos.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desta forma é possível observar que o problema na educação brasileira é multifacetado, envolvendo desafios como a baixa qualidade do ensino, desigualdades no acesso e permanência escolar, falta de infraestrutura adequada e a necessidade de valorização e formação continuada dos professores. A superação desses desafios requer investimentos estratégicos, políticas públicas eficazes e o engajamento de toda a sociedade.


REFERÊNCIAS

AUTOR DESCONHECIDO. Título do documento. [S.l.]: [s.n.], [data]. Disponível em:

https://share.google/OeeAkYLRsRonj0FxH. Acesso em: 23 jun. 2025.

BARBOSA, Livia A. R. de; LIMA, Maria C. B. de. Educação e desigualdade social: os

desafios da escola pública brasileira. Educação & Sociedade, Campinas, v. 26, n. 91,

p. 1155–1178, dez. 2005. Disponível em:

2025.

RAMAL, Andrea. Entenda a diferença entre os métodos escolares. G1, 2 fev. 2022.

Blog da Andrea Ramal. Disponível em:

etodos-escolares.html. Acesso em: 23 jun. 2025.

G1. Professor no Brasil perde 20% da aula com bagunça na classe, diz estudo. G1

Educação, 2 mar. 2015. Disponível em:

PEDAGOGIA PARA CONCURSO. Pedagogia da autonomia: tudo sobre a obra de

Paulo Freire. Disponível em:

 
 
 

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